O título do presente post é uma alusão ao protesto realizado por ativistas do grupo femem no Vaticano. Uma das ativistas traz nos seios uma frase com os dizeres o papa não é político. A razão de ser do protesto é a visita do pontífice romano ao parlamento de Estrasburgo, que na interpretação das mesmas é um ataque ofensivo ao processo de secularização (laicização) da Europa (aqui , aqui e aqui).
O grupo FEM é famoso por seus protestos com os seios à mostra. Algumas causas defendidas pelo mesmo são de cunho legítimo, tais como os protestos contra o turismo sexual, homofobia, e sexismo. Mesmo com a apelação a mensagem mantenha dentro, cujo significado é o de que a religião tem de ser cada vez mais algo da esfera íntima do indivíduo, possui o seu respaldo (se você duvida disto, precisa se informar mais sobre a reforma). Mas considero que protestar no Vaticano com gestos que insinuam a introdução de uma cruz no ânus foi o cúmulo.
Ao que tudo indica o papa foi convidado para fazer esta visita, ao menos é este o destaque dado pela imprensa estrangeira. Além do mais, ele tem se mostrado disposto, aberto ao diálogo justamente nas questões defendidas pelo grupo, daí minha sensação de que a ação foi um tiro pela culatra. Primeiro, por reagir uma suposta injúria, com uma ofensa objetiva. Segundo, pelo protesto não se constituir a melhor forma de diálogo (modo pelo qual interesses comuns poderiam ser traçados). Por último, por não reconhecerem que a laicização, ou secularização é um legado da reforma protestante, logo, a ideia delas possui um cunho religioso fortíssimo.
Minha leitura do fato em si é que em terra de Chico nem tudo são flores para Francisco. O papa Francisco é o papa mais simpático, carismático e popular que já vi na minha breve vida. O legado jesuíta do mesmo mostra o seu amplo preparo para ser o chefe de uma Igreja em um mundo em transformação, a simpatia e humildade dos mesmo lhe deu apoio popular. Mas o tempo de namoro do mesmo com a Europa terminou. a repercussão do protesto e o enfoque do mesmo nas redes sociais mostra que os anticlericalistas estão vindo com tudo e algo mais.
O cristianismo, sem entrar no mérito de sua ligação com Cristo, é uma religião de proclamação e de conversão. Como já me expressei aqui neste espaço o homem moderno (falo no sentido de atual), está cada vez mais indisposto a ouvir quaisquer mensagens de censura, e a mensagem da cruz é um julgamento de Deus para a humanidade. Como se isto não bastasse, o histórico da Igreja sempre vem à memória. Na verdade uma história, que como toda estória, tem o seu cunho ideológico, foi cunhada para que as pessoas crescessem odiando a religião. Ela pegou na Europa, que já não se pode mais dizer cristã, e ameaça pegar aqui.
Soluções? A Bíblia já as deu. Nossos opositores devem ser tratados da mesma forma que Cristo tratou seus detratores, sem responder as provocações e respondendo as questões dos mesmos com mansidão e temor. O contexto (I Pe 3. 9 - 16), indica que não se deve opor ao mal com mal, nem injúria com injúria, visto que o chamado cristão demanda perseverança. Resumindo, ainda que nem tudo sejam flores, cabe a cada cristão, católico, protestante e evangelicalista espalhar o cheiro de Cristo.
Em Cristo, Marcelo Medeiros.
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