Os que acompanham meu perfil nas redes sociais, devem indagar a si mesmos a respeito das intenções de um pastor ao escrever sobre política. Recentemente compartilhei este post no whatsapp me disseram que política era coisa imunda. Há poucas horas vendo o Facebook, vi o post de alguém que afirma não adiantar reclamar de políticos, eles não vão mudar. Pensando bem concordo com ambas. Vou parar de escrever sobre política? De forma alguma.
No primeiro caso, a politica é soma daquilo que os homens são em seu interior. Aristóteles definiu o homem como um animal político .Animal, eis o problema. A ambiguidade humana é tal que mesmo sendo um ser racional e produtor de cultura, o homem, às vezes, desenvolve um comportamento pior do que aqueles. Isto se reflete na forma de fazer política. Como teólogo, estou falando aqui de corrupção radical, ou depravação total. O problema é que se tenho de abandonar a empreitada política por conta da corrupção humana, terei de abandonar tudo o mais.
A corrupção humana vai até onde o poder e a impunidade (falo da condição de fazer o que se quer independente de qualquer limite moral, e de preferência escapando a quaisquer sanções), permitem. A corrupção política interessa ao chefe que deseja ter o poder sobre o empregado para lhe dizer a porta da rua é a serventia da casa. Interessa igualmente aos que dela se beneficiam, ou seja, não é exclusiva dos profissionais da política, mas de comum à toda a pólis (leia-se cidade). Afinal, ser político é tratar dos interesses da cidade. E acredite: o que se decide nas câmaras municipais e federais e Assembleias Legislativas, nos afeta sim.
Não acredito que políticos mudem. No caso dos brasileiros, eles possuem uma visão distorcida de que os cargos que exercem não exercem para o bem público. Este conceito se quer existe na mentalidade deles, apenas em discurso. Quando falam em bem público, em crescimento do país, na verdade estão se referindo a classe que representam: o latifúndio, os banqueiros, empresários de grande porte. E como eles vão bem, mudar para quê? E escrever para quê?
A resposta é simples: quando posto algo aqui, no Facebook, ou no whatsapp, o que espero é deflagar um processo de conscientização cada vez maior. Para que políticos mudem, digo para que o congresso, as assembleias, as câmaras municipais, judiciário e executivo mudem, nós precisamos mudar. Cosmovisão, conceitos, prioridades, tudo precisa ser mudado. Um exemplo pode ser retirado da tensão entre interesse público e privado.
É mais do que lógico que havendo a possibilidade de conciliação entre um bom salário e a possibilidade de prestação de serviços relevantes à sociedade em que estamos inseridos, isto é muito bom. Mas a tensão não se resolve tão bem assim. Às vezes um, ou outro, ou ambos, colocam o cidadão em rota de conflito com interesses previamente estabelecidos. Meu modo de ser político é escrevendo, tocando e até pregando e ensinando, É como sirvo minha pólis.
Marcelo Medeiros,
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