Esta semana, quase que acidentalmente assisti a uma matéria em que garotas de um colégio tradicional de Porto Alegre, estavam envolvidas em uma mobilização em prol da abolição das normas de vestuários, e na consequente adoção do shortinho em ambiente escolar. Se a reportagem em apreço não tivesse o recurso visual, parte do meu senso de julgamento teria sido afetado sim, e possivelmente seria mais uma dos seis mil a farem assinaturas. Me explico.
Fato inconteste que o "olhar dos garotos" em si, não é razão para que se proíba uma menina de andar com este, ou com aquele traje. Meninos precisam aprender que não basta ver uma menina atraente e ir para a batalha. Que antes de tudo a empatia conta. A questão a ser colocada é se um garoto entre os seus doze a dezesseis anos consegue aprender e aplicar tal norma de conduta. Mesmo em caso de negativa, esta não é argumento que justifique as regras referentes a vestuário.
O argumento, ao meu ver se encontra no fato de que por mais lindo que seja ver adolescente se reunindo com o intuito de quebrar esta, ou aquela regra, a sociedade não funciona assim. Militares, civis, médicos e demais profissionais usam o uniforme. Na dúvida, basta lembrar do terno do advogado e da toga do juiz (para não falar das roupas que tal ambiente exige).
Ao ler a relação de peças do vestuário permitidas pelo colégio, segundo a matéria tradicional, achei o mesmo flexível. Como egresso da escola pública, não vejo nada demais em exigências para com o uniforme, e a liberdade dada pelo colégio Anchieta teria sido muito bem recebida pela minha geração.
Sobre o protesto? Quixotesco, e só. A diferença é que Dom Quixote saiu a lutar contra moinhos de vento após ler romances de cavalaria, e ao que parece nossas meninas o fazem após algumas aulas sobre ideologia de gênero (na verdade discussão, ou de gênero), feminismo, e coisas do tipo. Tais ideologias, tal como a literatura tem lá as suas funções (distrair o ser humano de sua miséria, e preencher a existência com significados), mas se levadas demasiadamente à sério dão os resultados conhecidos por quem leu o romance.
Forte Abraço, Marcelo Medeiros
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