Uma polêmica que não posso deixar passar, é a que se deu em torno das críticas recebidas pela chefe de Estado Dilma Rousseff, em razão do modelito usado pela mesma na posse. As feministas de plantão vieram contudo contra os autores da crítica, e um novo processo de demonização deu início. Confesso que, mesmo não achando nada aprazível a imagem da presidenta reeleita, a crítica foi de mau tom. Todavia minha interpretação inicial (tida como monolítica), foi a de que a repercussão dos comentários em torno os modelitos da mesma, na verdade eram reflexo de uma insatisfação com a situação política atual.
Antes que você venha me dizer da aprovação popular do governo de Dilma, quero dizer que com a maioria das pessoas (intelectuais diga-se de passagem), com as quais tive a oportunidade de dialogar, de alguma forma demonstraram não estarem plenamente satisfeitas com o governo, mas que a despeito das mazelas, ainda assim votariam no PT. Não foram poucas as vezes que me expressei neste espaço a respeito deste assunto. A reeleição de Dilma, foi o resultado da soma de todos os medos, o medo do retorno do PSDB com sua política de privatização e arroxo salarial [aqui].
O pior em meio a isto tudo, é que foi esquecido que a ascensão do PT ao poder se deu por meio de alianças, diga-se de passagem inimagináveis a um petista da década de oitenta, e com o adiamento da agenda que caracteriza a luta desta partido, e adoção de uma agenda, que não é necessariamente de esquerda.
O ruim em todo este processo é que o PT tornou-se herdeiro de mazelas outrora tucanas, peemedebistas, ou chame do que quiser chamar, mas quem está na vitrine agora, são os petistas, que brilharam como oposição e agora estão diante do ônus de serem situação. Com uma recessão batendo as portas, e diante da possibilidade de frustração das expectativas eleitoreiras do povo com Dilma, fica a seguinte questão: até quando durará a aprovação da mesma? De uma certa forma o recado foi dado nas eleições [aqui], agora é deixar a ficha cair.
Uma outra questão, interpretar as críticas a Dilma, como expressão de machismo e misoginia, é um absurdo. Não sou adepto da cultura atual, que subordina beleza à magreza e ao padrão midiático, entendo que esta luta do feminismo é legítima [aqui]. Mas isto não me impede de reconhecer que nas entrevistas e nos debates das eleições a presidenta se apresentou bem melhor, isto é algum crime? De forma alguma, apenas o livre exercício da liberdade de expressão, que estará cada vez mais limitada.
Marcelo Medeiros
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