Soube agora pouco de uma notícia que gerou indignação nas redes sociais. Pessoas fazendo selfie, ou como poderia me expressar em meu português básico, registrando a própria presença no velório de Eduardo Campos (aqui). A atitude abre brechas para todos os tipos de crítica. Egoísmo, invasão de privacidade, vontade aparecer, baixa exposição, afinal, o que teria motivado uma mulher desconhecida a registrar o momento? Não sei.
O que sei como imigrante digital é que houve um tempo em que a minha geração, por exemplo, passou pelos momentos mais significativos, dramáticos, especiais, mas sem um recurso à mão que permitisse o registro. Hoje em dia todos andam com um recurso digital que os permite fazer um filme, ou documentário se necessário for (falo do celular, principalmente se o mesmo tiver androide), ampliando a necessidade de registro.
Ao que me parece Eduardo Campos contava com o carinho da população, fato este expresso na expressiva votação que o mesmo recebeu em sua reeleição. Assim, ainda que a elite veja o fato como a mais profunda repulsa (afinal, não é nada chique filmar, ou fotografar um velório, salvo se você for da imprensa), verdade é que a soma da inovação tecnológica, que permite o registro, ao carinho popular fizeram a ocasião.
Digno de registro é o fato de que as reações à morte são as mais inusitadas o possível. É algo que não há como programar, por exemplo, este site traz um contraste entre as reações de Lula e Marina Silva no velório em questão. Um questão que fica é: até que ponto as lideranças políticas (e aqui falo especificamente do ex-presidente Lula) irão se valer da morte deste jovem e promissor candidato para alavancarem sua própria campanha e quem sabe melhorar a imagem pessoal?
Não posso aqui tecer julgamento algum nem a respeito de Marina, nem de Lula, e óbvio que menos ainda da desconhecida que tira foto ao lado do caixão. Tudo o que sei é que cada um registou à sua maneira o seu momento no evento. O que fica bem e o que não fica é mera questão de foro íntimo. Uma coisa é certa ao povo restou a saudade e a necessidade de perpetuar um autêntico legado.
Abraços Marcelo Medeiros.
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