Uma das marcas dos dias de Cristo era o messianismo político. Esta talvez tenha sido a razão de Cristo, que é uma variante grega da palavra Ungido, nunca ter aceito, ou vindicado tal nome para si. O caso em que Pedro afirma ser ele o Cristo, o Filho do Deus Vivo, é bem emblemático visto que Cristo falou para que não o dissessem a ninguém. Qual é a razão de ser desta reflexão? Estes textos servem sim de princípio norteador para os dias atuais, e por uma razão bastante simples, a crise institucional e política que o Brasil vive.
Qual ambiente é mais favorável à proliferação de Messias e Salvadores além do de crise? Nenhum! Em uma nação em que políticos de nome são comprometidos com os que claramente manifestam receio da lava-jato, em que escutas telefônicas trazidas à público revelam a total falta de isenção, é mais que normal que messias apareçam. E tem para todos os gostos!
Curioso é constatar que Jesus jamais propôs um messianismo político, antes disse: meu reino não é deste mundo. Ele rogou ao Pai não que nos tirasse do mundo, mas que nos guardasse do mesmo! O que isto quer dizer? Que precisamos não nos conformar com a forma de ser do presente século, o que inclui a política.
Não se espante se vires candidatos subindo aos púlpitos de nossas Igrejas e fazendo promessas. Gente sobre às quais repousam as mais sérias suspeitas, que vão desde a agressão doméstica, até casos escabrosos de corrupção, mas que se apresentarão como solução para o que aí está (sendo que o que aí está é fruto justamente da ação dos mesmos). Cristão algum que não se dá ao trabalho de exercer o senso crítico pode exercer com seriedade a política (em outras palavras votar conscientemente). Mas acredito que com educação teológica séria e com educação secular formal este quadro pode ser mudado. O que não pode acontecer é embarcar no clima de terror apocalíptico e votar em gente que vai à Igreja e constrói obra ilegal.
Marcelo Medeiros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradeço o seu comentário!
Ele será moderado e postado assim que recebermos.